O ministério da Defesa chinês anunciou hoje que participará na segunda edição das manobras conjuntas Mosi-2, com a Rússia e África do Sul, recorrendo a três navios, de acordo com a agência Europa Press.
Segundo a agência espanhola, as manobras navais conjuntas terão início na segunda-feira, tendo já sido anunciadas e cuja preparação remonta a sexta-feira.
Do lado chinês, participarão nas manobras o contratorpedeiro Huainan de tipo 052D, a fragata Rizhao de tipo 054A e o navio de abastecimento Kekexilihu de tipo 903A.
A África do Sul participa com uma fragata e dois navios de apoio, e a Rússia com uma fragata com mísseis hipersónicos Zircon e um petroleiro, de acordo com agência russa TASS, citada pela Europa Press.
Segundo Pequim, as manobras servirão para "fomentar a cooperação no âmbito da defesa e segurança dentro dos países BRICS [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] e melhorar a capacidade das partes para zelar de forma conjunta pela segurança marítima".
O anúncio das manobras já tinha sido feito pelas autoridades sul-africanas em janeiro, tendo uma fonte militar adiantado à agência France-Presse (AFP) que "a manobra principal será em 22 de fevereiro", quarta-feira.
As operações envolvendo mais de 350 soldados sul-africanos devem continuar até 27 de fevereiro ao largo de Durban (sudeste), o maior porto da África Austral no oceano Índico, e Richards Bay, cerca de 180 quilómetros a norte.
A África do Sul afirmou ter assumido uma postura neutra desde que a invasão russa da Ucrânia começou há quase um ano, recusando-se a aderir aos apelos ocidentais para condenar Moscovo.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, em visita a Pretória no mês passado, evocou "coisas irritantes" a propósito das relações entre a África do Sul e a Rússia.
A porta-voz daCasa Branca, Karine Jean-Pierre, questionada sobre as manobras militares conjuntas, expressou "a preocupação dos Estados Unidos".
Durante uma visita em janeiro a Pretória do ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, a sua homóloga sul-africano, Naledi Pandor, disse que "todos os países estão a realizar exercícios militares com os seus amigos".
Fontes citadas pelo diário chinês Global Times destacaram hoje que apesar das críticas dos Estados Unidos e dos seus aliados, a China tem direito a realizar manobras conjuntas com qualquer país amigo que queira, e destacou que as operações contribuirão para a paz e estabilidade na região, protegendo as rotas marítimas.
Os três países têm interesses comerciais comuns e pretendem proteger as rotas comerciais do oceano Índico da pirataria e outras ameaças, de acordo com um especialista de Pequim.
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